13 de mai. de 2010

- HELLO CRAZY PEOPLE, BIG BOY RIDES AGAIN!!!

Por ROGÉRIO PECEGUEIRO
Seu nome: Newton Alvarenga Duarte – Big Boy (1 de junho de 1943 - São Paulo, 7 de março de 1977) -. Simplesmente, foi o melhor disc jokey do rádio brasileiro, responsável pela revolução da comunicação do radialismo, introduzindo uma locução irreverente que atendeu, principalmente, ao público jovem. A sua saudação aos ouvintes - Hello, crazy people – era a sua marca registrada de estilo próprio, bem distinto aos outros locutores de época. Tinha uma excelente visão para agradar ao seu público, de observar as tendências musicais pelo mundo, sempre estabelecendo inovações partir de idéias que viriam a modificar todo o sistema de seu programa. Sobretudo, foi o criador do “Baile da Pesada”, em parceria como Ademir Lemos, uma febre que tomou o Rio de Janeiro, precursor dos atuais bailes funks.

Deste criança, Newton era apaixonado pela música. Já na adolescência, contava com uma coleção de 20 mil discos, sempre manifestando preferência pelo rock, o ritmo americano que era a tendência jovem na cultura mundial da época.

- BIG BOY: THE GREAT BEATLEMANIC!!!

O inicio de carreira do jovem Locutor e radialista Newton Alvarenga começou na Rádio Tamoio do Rio de Janeiro, onde procurava freqüentar, por possuir uma programação mais atualizada da época - ia sempre ao estúdio com discos inéditos de diversas bandas de rock, pedindo para que fossem tocados ao ar nos programas desta emissora. Neste tempo, procurava manter contato com programadores e aficionados em rock, se mantendo atualizado, com objetivo de buscar oportunidade profissional, sonho este que buscava com obstinação. De tanta insistência, a oportunidade viria quando fora convidado para substituir um programador que entraria de férias, não hesitou em abandonar a profissão de professor e aceitar a oferta. Assim tornar-se-ia radialista.

Sua forma irreverente e criativa em formular seus programas logo chamou a atenção dos diretores da rádio Mundial – RJ, que estava em uma profunda reformulação, e convidaram Alvarenga para participar. Logo, com a ajuda dele, a Radio Mundial se tornaria a de maior audiência de publico jovem do Rio de Janeiro. Foi nesta emissora que Newton Alvarenga começaria o trabalho de DJ e ganharia o apelido de “Big Boy”, e a popularidade de sua carreira aumentaria de proporções inimagináveis. O sucesso foi tanto que em pouco tempo, Big Boy já comandava as grandes noitadas dos bailes cariocas. Na rádio, o seu programa “The Cavern Club”, destinado exclusivamente ao romantismo dos Beatles, ficou no ar durante 13 anos e foi líder de audiência. Além desses, haviam outros 2 programas que levavam ao delírio os ouvintes da Radio Mundial Am860: O RITMOS DE BOITE e BIG BOY SHOW.

Tanto sucesso o levou para a televisão, no qual seria o principal comando musical da TV Globo – hoje em dia, essa tarefa está a cargo de Maurício Kubrusly -. Chegou a participar de quadros no Jornal Hoje, sempre com uma Beatle-novidade. Em São Paulo, outro programa radialista viria a ser um campeão de audiência pela Rádio Excelsior, cujo nome era “The Beatles Again”, sob produção de Sônia Abreu.

O Big Boy – Newton Alvarenga - amava os Beatles, pois tinha a maior correspondência quando voltava das viagens do exterior, com musicas ainda não escutadas pelos ouvintes brasileiros. Eis a montagem feita para a divulgação da música “I've Got a Feeling”, dos Beatles - até então, inédita aos seus ouvintes -, com locução do saudoso Big Boy, na Rádio Mundial 860 em 1970:


“Eu toco os discos dos Beatles no meu programa ‘CAVERN CLUB’ nos sábados, por que eu gosto de música. Eu acho que ali tá o início e o fim de tudo!” – Big Boy.
- HELLO CRAZY PEOPLE, BIG BOY RIDES AGAIN!!!

Newton Alvarenga Duarte foi o primeiro comunicador de rádio a atuar de forma irreverente, a mostrar os Beatles no Rádio e na TV brasileira. Mas não fez só isso: toda a geração de Djs, locutores e comunicadores, devem muito a Big Boy: um grande idealizador da evolução da forma como se fazer programas de rádio e televisão voltado para o rock e o público jovem. Sem sombra de dúvidas, foi o maior fenômeno do rádio brasileiro de todos os tempos.

Mas como num golpe do destino, no ano de 1977 uma crise de asma silenciou a voz de Big Boy em um quarto de hotel na cidade de São Paulo, deixando uma geração de ouvintes órfãos de seu incalculável trabalho, que até os dias de hoje, lembram com carinho daquela chamada que era a sua marca registrada. Ninguém jamais imaginaria que um simples menino, colecionador de discos de vinil piratas, se tornaria um grande comunicador, quebrando com as rígidas regras de locuções de sua época, em pouco menos de uma década em que atuou. Cedo se destacou e cedo nos deixou. Para os que conheciam o seu trabalho de perto e tinha-o com grande estima, não restaram lágrimas, apenas orações.

Saudações de um beatlemaníaco!

12 comentários:

  1. Big Boy marcou a juventude dos anos 60, c/ seu palavreado pra frentex como diziam na epoca.Era querido por todos e nos deixou muita saudades , q deus o tenha.

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  2. BIG BOY – “ Hello, Crazy People!”

    Lembro-me que para conseguir sintonizar no rádio do fuscão, a Rádio Mundial no programa do Big Boy, tinha que estacionar o carro de frente para o mar (Praia da Costa - Vila Velha, ES), já tarde da noite. Tudo era muito selvagem, praticamente sem iluminação. Muitas vezes era esse o nosso programa de final de semana.De frente para o mar, naquela escuridão ao som da Mundial. Foi aí que escutamos em primeira mão, pelo Big Boy, a música do George Harrison - My Swwet Lord.
    Walter de Aguiar Filho
    walter@morrodomoreno.com.br

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  3. Para quem curtiu esta época e conhece a história de Big Boy na Mundial, Tamoio, Eldopop e nos bailes da vida, este cara é tão importante q merece um filme. Enredo não falta. Bons tempos.

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  4. olá pessoal,

    é possível ter imagens da época do programa que ele apresentava no Jornal Hoje (1975)?

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  5. Que saudades...Tinha um mini radinho que dormia ligado esperando meia noite para ouvir o BIG BOY e as lindas músicas que tocava. Em Barroso-MG, não era possível sintonizar perfeitamente a Rádio Mundial, mas o chiado não incomodava, fazia parte daqueles momentos tão bons. Belos tempos, belos dias...
    Big Boy marcou minha juventude, obrigado !!!!!

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    1. Ai que saudade, não perdia um Cavern Club, era difícil sintonizar aqui em BH tb. Era sempre uma alegria quando chegava a hora de escutar o programa e quando não conseguia, até chorava...eu tinha lá pelos 12 anos. Belos tempos, belos dias...

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  6. Que bom saber que não estou doido ou inventando para meus netos, quando vi este post do Big Boy. Gostaria mesmo e de ouvir sua voz rouca anunciando Hello crazy....

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  7. Me pergunto.
    Com quem ficou a sua fantástica coleção de mais de 20'000 vinis entre compactos e LPs, alguns extremamente (e não exagero) raros, inclusive para própria época?

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  8. Me pergunto.
    Com quem ficou a sua fantástica coleção de mais de 20'000 vinis entre compactos e LPs, alguns extremamente (e não exagero) raros, inclusive para própria época?

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  9. big boy figura criativa de uma linguagem direta e explosiva no sentido apaixonante daquele momento da arte e a revolução

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  10. ai qualquer vinil de london 1976 rock do led pode doar para nós daqui da rua da glória rio perto da candido mendes .valeu

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